a) Desenvolver um estudo das sociedades ibéricas no processo de consolidação das monarquias a partir do conhecimento dos seus mecanismos de construção da memória, por meio das artes e da cultura escrita, seja ela impressa ou manuscrita; b) Discutir, conhecer e problematizar os métodos e procedimentos da História Cultural, voltada para os estudos das sociedades ibéricas na Alta Idade Moderna; c) Desenvolver estratégias de leitura e investigação sobre o papel da arte em ambientes letrados e cortesãos da península ibérica e seus domínios coloniais; d) Aplicar novos métodos de análise acerca da História da Cultura Escrita nas sociedades ibéricas, seus mecanismos de registro impresso e manuscrito, bem como suportes e fixação.
Durante os três primeiros séculos da chamada Idade Moderna as monarquias católicas ibéricas, constituídas em seus dois principais pontos de aglutinação, Espanha e Portugal, protagonizaram processos e movimentos históricos comuns a toda Europa, tais como: destacamento do poder real, consolidação da sociedade e cultura de corte, intensificação das redes de comunicação entre círculos das elites do poder, ampliação de ambientes letrados e artísticos e busca de conexões com os mais dinâmicos centros de artes e pensamento da Europa, tanto mediterrânica quanto setentrional. Tais processos foram verificados, de diferentes maneiras, nos espaços conquistados e dominados pelas coroas ibéricas no período. Todos esses movimentos dão origem a um multifacetado conjunto de plásticas culturais e representações iconográficas e escritas que revelam as várias perspectivas dessas monarquias compósitas em seus múltiplos aspectos políticos e sociais, tantos nos ambientes cortesãos quanto coloniais. Nesta disciplina buscaremos compreender o papel da circulação e usos de obras de arte, bem como da cultura escrita ao longo desses três séculos, pretende ser um meio para interpretar os mecanismos de formação dos diversos centros de irradiação de poder e expressão dos câmbios pelos quais viveram estas sociedades no momento de consolidação dos seus impérios ultramarinos. A disciplina também destinará 20 horas para o planejamento e desenvolvimento de práticas extensionistas, a serem computadas nas ACE constantes do Histórico Escolar do aluno. Essa atividade deverá ser voltada para o público externo à Universidade, previamente delimitado pelo aluno e com aval do professor, e deverá ter caráter historiográfico, que poderá assumir diferentes formas, tais como: formação historiográfica de público- externo à universidade, formação continuada de professores da rede básica, atividades e organização de eventos culturais com temas históricos, atividades de preservação patrimonial, organização documental e direito à memória, exposições, performances teatrais, intervenções urbanas, ações vinculadas a monumentos e contra monumentos, placas comemorativas, roteiros turísticos, dentre outros, podendo ser de caráter presencial ou remoto, de acordo com as definições institucionais e normas vigentes na Universidade. O desenvolvimento das atividades se fará sob a tutoria do docente- responsável pela disciplina, sendo avaliada conforme as regras vigentes para aprovação em disciplinas, mediante relatório final e sistematização da avaliação pelo grupo social envolvido, conforme indicadores previamente definidos pelo docente e pelos alunos envolvidos.
Introdução à História Cultural, História da Cultura Escrita e História da Arte: bibliografia, fontes e métodos. História Cultural e construção de memória nas Cortes Ibéricas da Alta Idade Moderna: procedimentos, processos e documentação. Impressos, Manuscritos e Gravuras: o registro da notícia e da memória em Portugal e Espanha Livros, Folhetos e Panfletos: aspectos da escrita e da leitura em Portugal e Espanha Pintura e Escultura: formas de criação, mecenato e colecionismo Cidades, Palácios e Jardins: arquitetura, urbanismo e natureza nos ambientes cortesãos e suas práticas de sociabilidade Do colecionismo aos museus: gabinetes de artes e curiosidades na Península Ibérica Relações entre poder real e arte: mecenato Filipino e formação das coleções régias Arquivos e Memória: procedimentos das elites ibéricas no registro da memória do poder Cerimônias e celebrações: as representações dos poderes constituídos e o encontro de tradições no mundo ibérico A presença das conquistas nos acervos, representações e coleções de arte da Península ibérica, séculos XV-XVII. O amálgama de culturas na construção das representações nos ambientes de colonização ibérica – América, África e Ásia.
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