Informações da Disciplina

 Preparar para impressão 

Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
 
História
 
Disciplina: FLH0815 - Cultura Brasileira e a Produção Historiográfica [2- História Cultural]
Brazilian culture and historiographical production

Créditos Aula: 4
Créditos Trabalho: 2
Carga Horária Total: 120 h ( Práticas como Componentes Curriculares = 20 h )
Tipo: Semestral
Ativação: 15/07/2023 Desativação:

Objetivos
Esta disciplina tem o objetivo de introduzir o aluno no universo da análise historiográfica e discutir as condições de produção da obra do historiador e sua trajetória. A partir dos instrumentos conceituais básicos e das diferentes abordagens teóricas e metodológicas, pretende-se analisar e debater aspectos da produção historiográfica brasileira entre meados do século XIX até pelo menos as décadas de 1970. Todo esse conjunto contribuiu de diversas maneiras para a constituição da cultura brasileira. Deste modo, a finalidade central da disciplina é debater e compreender como o conjunto composto de práticas historiadoras, discursos historiográficos e interpretações teóricas esteve intimamente relacionado com a invenção e as dinâmicas da cultura brasileira.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
934461 - José Geraldo Vinci de Moraes
3789274 - Miguel Soares Palmeira
 
Programa Resumido
Historiadores e a historiografia tiveram papel importante na construção daquilo que entendemos como cultura brasileira. A partir de meados do século XIX eles começaram a reunir documentos, organizar acervos, eleger temas, escolher personagens, conceber interpretações, estabelecer abordagens e produzir narrativas que foram cruciais para a compreensão da sociedade brasileira. Simultaneamente todos esses elementos foram determinantes para a constituição de uma cultura particular de formação relativamente recente, como a brasileira. A necessidade à época da compreensão do passado para entender os dilemas do presente vivido e apontar para o futuro ainda aberto (da nação, da sociedade, da modernização etc.), colocou o discurso historiográfico e os historiadores no centro da discussão. Esta dinâmica foi notadamente variada, apresentando inúmeras tensões, conflitos e alternativas, impossibilitando abordagens homogêneas ou exclusivas. A ênfase da disciplina, portanto, será estabelecer de maneira introdutória qual o papel da produção historiográfica na formação e invenção da cultura brasileira. Os temas tratados serão os seguintes
1-Precursores da representação historiográfica do Brasil no séc. XIX.
2-O papel da historiografia oitocentista na construção da ideia de Identidade Nacional
3-A história na passagem do século XIX/XX: entre a ciência e a cultura.
4-Os dilemas da mestiçagem na sociedade brasileira e na cultura nacional
5-A natureza e sertão no imaginário social e as tensões com o universo urbano moderno.
6-As historiografias regionais: o caso Paulista
7-O mundo urbano como fator de desestabilização da cultura nacional em formação
8-Os Modernismos: ampliação, diversificação e dilemas historiográficos.
9-Um “outro” Brasil: interpretações da cultura brasileira distantes das representações intelectuais formais.
10-As limitações da nascente historiografia universitária: os casos de São Paulo e Rio de Janeiro.
11-O nacionalismo nos anos 50/60 e suas múltiplas faces na produção intelectual. 
12-A modernização social e cultural do país: tensões entre tradições e rupturas
13-O novo papel da universidade na produção historiográfica nos anos 60/70. 
14-Aspectos das transformações historiográficas dos anos 70/80
 
Historiadores e a historiografia tiveram papel importante na construção daquilo que entendemos como cultura brasileira. A partir de meados do século XIX eles começaram a reunir documentos, organizar acervos, eleger temas, escolher personagens, conceber interpretações, estabelecer abordagens e produzir narrativas que foram cruciais para a compreensão da sociedade brasileira. Simultaneamente todos esses elementos foram determinantes para a constituição de uma cultura particular de formação relativamente recente, como a brasileira. A necessidade à época da compreensão do passado para entender os dilemas do presente vivido e apontar para o futuro ainda aberto (da nação, da sociedade, da modernização etc.), colocou o discurso historiográfico e os historiadores no centro da discussão. Esta dinâmica foi notadamente variada, apresentando inúmeras tensões, conflitos e alternativas, impossibilitando abordagens homogêneas ou exclusivas. A ênfase da disciplina, portanto, será estabelecer de maneira introdutória qual o papel da produção historiográfica na formação e invenção da cultura brasileira. Os temas tratados serão os seguintes 1-Precursores da representação historiográfica do Brasil no séc. XIX. 2-O papel da historiografia oitocentista na construção da ideia de Identidade Nacional 3-A história na passagem do século XIX/XX: entre a ciência e a cultura. 4-Os dilemas da mestiçagem na sociedade brasileira e na cultura nacional 5-A natureza e sertão no imaginário social e as tensões com o universo urbano moderno. 6-As historiografias regionais: o caso Paulista 7-O mundo urbano como fator de desestabilização da cultura nacional em formação 8-Os Modernismos: ampliação, diversificação e dilemas historiográficos. 9-Um “outro” Brasil: interpretações da cultura brasileira distantes das representações intelectuais formais. 10-As limitações da nascente historiografia universitária: os casos de São Paulo e Rio de Janeiro. 11-O nacionalismo nos anos 50/60 e suas múltiplas faces na produção intelectual. 12-A modernização social e cultural do país: tensões entre tradições e rupturas 13-O novo papel da universidade na produção historiográfica nos anos 60/70. 14-Aspectos das transformações historiográficas dos anos 70/80
 
 
Programa
As culturas nacionais como comunidades imaginadas - Identidade Nacional e História: a criação do IHGB e o papel de Varnhagen - A mestiçagem e a invenção de uma historiografia para o Brasil - “Um bando de Ideias Novas”: dilemas da mestiçagem na passagem para o séc. XX - A História entre a ciência e a literatura: o sertão e a epopeia do sertanejo – Capistrano de Abreu e esboços de uma História Social e documentada - As historiografias regionais: o caso do bandeirantismo paulista - Dilemas culturais de São Paulo: uma outra história(ografia) - Mário de Andrade: a música na formação da cultura nacional - Gilberto Freyre: ampliação e dilemas historiográficos - Sérgio Buarque: as raízes culturais da História do Brasil - Caio Prado: uma interpretação marxista da História do Brasil -  As várias faces do nacionalismo no Pós-Guerra - A historiografia universitária: os casos de São Paulo e Rio de Janeiro.
 
As culturas nacionais como comunidades imaginadas - Identidade Nacional e História: a criação do IHGB e o papel de Varnhagen - A mestiçagem e a invenção de uma historiografia para o Brasil - “Um bando de Ideias Novas”: dilemas da mestiçagem na passagem para o séc. XX - A História entre a ciência e a literatura: o sertão e a epopeia do sertanejo – Capistrano de Abreu e esboços de uma História Social e documentada - As historiografias regionais: o caso do bandeirantismo paulista - Dilemas culturais de São Paulo: uma outra história(ografia) - Mário de Andrade: a música na formação da cultura nacional - Gilberto Freyre: ampliação e dilemas historiográficos - Sérgio Buarque: as raízes culturais da História do Brasil - Caio Prado: uma interpretação marxista da História do Brasil - As várias faces do nacionalismo no Pós-Guerra - A historiografia universitária: os casos de São Paulo e Rio de Janeiro
 
 
Avaliação
     
Método
Interesse geral e participação do aluno nas atividades individuais e em grupo; Leitura e discussão dos textos apresentados pela disciplina; Elaboração de relatórios e fichamentos; Assiduidade
Critério
Provas em sala; Trabalhos individuais e em grupos
Norma de Recuperação
o aluno com nota abaixo da média e que não foi reprovado tem direito à recuperação após o período letivo. As formas dessa recuperação serão: prova e/ou trabalho e/ou relatórios e/ou fichamentos
 
Bibliografia
     
ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial (1500-1800), BH/SP, 7a ed., Ed. Itatiaia/Edusp, 1988. ANDRADE, Mário, Ensaios da Música Brasileira, São Paulo, SP, 6a ed., Martins Fontes, 1962. ANDRADE, Mário, Macunaíma, herói sem nenhum caráter, Rio de Janeiro, RJ, 5ª reimpressão, Agir, 2008. BARBOSA, Januário da C., “Sobre a criação do IHGB », In Revista do IHGB, Rio de Janeiro, n. 1, 1839. BANANÉRE, Juó (pseudônimo de Alexandre Ribeiro Marcondes Machado). La divina increnca. São Paulo: Editor Folco Masucci, 1966. BENZAQUEM R. ‘’Chuvas de Verão. Antagonismos em equilíbrio’’, In Um enigma chamado Brasil: 29 interpretes e um país, Botelho, A. e Schwarcz, L. M. (orgs.), São Paulo: Companhia das Letras, 2009. BOTELHO, André. De olho em Mário de Andrade: uma descoberta intelectual e sentimental do Brasil. São Paulo: Claro Enigma, 2012. BURKE, Peter, Gilberto Freyre e a nova história, In Revista Tempo Social, SP, v. 9, n. 2, 1997. pp. 1-12. COLI, J. “O nacional e o outro”, In Mário de Andrade – missão de pesquisas folclóricas, Lacerda, Marcos B. (org), São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura/SESC, 2006. CUNHA, Euclides da, Os Sertões., Rio de Janeiro, Laemmert, 1902. DIMAS, A. O turbulento e fecundo Silvio Romero, In Um enigma chamado Brasil: 29 interpretes e um país, Botelho, A. e Schwarcz, L. M. (orgs.), São Paulo: Companhia das Letras, 2009. ELLIS JR., Alfredo. Raça de Gigantes. A civilização no planalto paulista. São Paulo: Novíssima Editora, 1926. FERREIRA, M.M. e SILVA, N. L.  Os caminhos da institucionalização do ensino Superior de história In História & Ensino, Londrina, v. 2, n. 17, p. 283-306, jul./dez. 2011. FERREIRA, Marieta M., A história como ofício: a constituição de um campo disciplinar. Rio de Janeiro: Editora FVG, 2013. FERREIRA e SILVA. Os caminhos da institucionalização do ensino superior de história. História & Ensino, Londrina, v. 2, n. 17, p. 283-306, jul./dez. 2011. FREYRE, Gilberto, Sobrados e mocambos: decadência do patriarcado rural no Brasil., São Paulo: Ed. Nacional, 1936. FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. São Paulo: Editorial Record, 2001. GIUCCI e LARRETA, Gilberto Freyre, uma biografia cultural, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. 2007. GUIMARÃES, M. L. S., História e natureza em Von Martius. Esquadrinhado o Brasil para construir a nação, In Revista História, ciências, saúda. Manguinhos, vol. 7, n.2, 2000. GUIMARÃES, M. L. S., “Nação e civilização nos trópicos. O IHGB e o projeto de uma História Nacional”, In Estudos históricos, v.1, nº 1, Rio de Janeiro, 1988, pp. 5-27. GUIMARÃES, M. L. S., « Francisco Adolfo de Varnhagen» In: Historiografia e Nação no Brasil, 1838-1857. Rio de Janeiro, EdUerj, 2011. HALL, S. As culturas nacionais como comunidades imaginadas, In A identidade cultural na pós-modernidade, 10 ed. RJ, DP&A Ed, 2005. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil, 8ª ed. RJ, Livraria José Olympio Ed. 1975. HOLANDA, Sérgio Buarque Caminhos e fronteiras, São Paulo: Companhia das Letras, 1994. IGLESIAS, Francisco, « Um historiador revolucionário », In Caio Prado Jr. História, São Paulo: Ed. Ática, 1982. JARDIM, E. Modernismo revisitado, In Estudos históricos, v.1, nº 2, 1988, Rio de Janeiro. JARDIM, Eduardo. Eu sou trezentos. Mário de Andrade. Vida e obra. 1ª ed., Rio de Janeiro, Janeiro Edições, 2015. LEITE, Maria Odila S., “Raízes do Brasil” In Intérpretes do Brasil, Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 2000. Silviano Santiago, (org); vol. 1, Rio de Janeiro, Nova Aguillar, 2000LISBOA, K. O Brasil dos naturalistas Spix e Martius. Taxonomia e sentimento. In Acervo, RJ, v. 22, 2009. MACHADO, José de Alcântara. Vida e morte do bandeirante, Belo Horizonte, Itatiaia/São Paulo, Edusp, 1980. MACHADO, Antônio Alcântara. Brás, Bexiga e Barra Funda. São Paulo: Editorial Hélios, 1927. MARTIUS, Carl von, Como se deve escrever a história do Brasil, In Revista do IHGB., n. 6, 1844. MARTIUS, Carl von e SPIX, Johann von.  Viagem pelo Brasil 1817-1820. Belo Horizonte: Itatiaia/São Paulo: Edusp, 1981. MELLO, E.C., ‘’Fabricando a nação’’, In Um imenso Portugal, São Paulo: Ed 34, 2002. MONTEIRO, J. Caçando com gato. Trabalho Apresentado no XVII Reunião Anual da ANPOCS Caxambu MG. 22-25 de outubro de 1993. MORAES, José Geraldo Vinci de. Conversas com Historiadores, SP, Ed. 34., 2002. MORAES, José Geraldo Vinci de Polifonia na Metrópole: história e música popular em São Paulo”. In Revista Tempo, n.10, Rio de Janeiro, p.99-62. MOTA, M. A. R. Sílvio Romero. Dilemas e combates no Brasil da virada do século XX. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000. OLIVEIRA F., Virgílio, A participação de Werneck Sodré nos debates nacionalistas da década de 1950, In Nelson Werneck Sodré. Entre o sabre e a pena, (Orgs), Paulo Cunha e Fátima Cabral, SP, Edunesp, 2006. PIRES, Cornélio, Sambas e cateretês. Itu: Ottoni Editora, 2004. PRADO Jr., Caio, Evolução Política do Brasil, São Paulo, Brasiliense, 1983. PRADO Jr., Caio Formação do Brasil contemporâneo, São Paulo, Brasiliense, 1977. QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Ufanismo Paulista: Vicissitudes de um imaginário’’. In Revista USP, São Paulo, n.12, 1992. p. 79-87. REIS, José Carlos. As identidades do Brasil. De Varnhagen a FHC, RJ, Ed. FGV, 1999. RICUPERO, Bernardo, Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil, São Paulo, Ed. 34, 2000. RODRIGUES, J.H. ‘’Explicação’’, In Capítulos de História Colonial (1500-1800), São Paulo, Editora Itatiaia, 2000. ROIZ, D. Os caminhos (da escrita) da história. A institucionalização do Ensino de história na USP (1934-1968), 2004. ROMERO, Sylvio. História da literatura brasileira, Tomo Primeiro. 3ª ed. aumentada. Rio de Janeiro: José Olympio, 1943. ROMERO, Sylvio. Cantos Populares do Brasil. Tomo 1. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio editora. 1954. SALIBA, E. Raízes do riso. SP, Companhia das Letras, 2002. SALIBA, E. « Histórias, memórias, tramas e dramas da identidade paulistana ». In: PORTA, Paula (org.). História da cidade de São Paulo. A cidade na primeira metade do século XX. São Paulo: Paz e Terra, 2004. SEVCENKO, Nicolau, Literatura como missão, SP, Ed. Brasiliense, 1983. SEVCENKO, Nicolau Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. SCHNEIDER, A.L. Silvio Romero - Hermeneuta do Brasil. SP, Ed Annablume, 2006. SCHWARCZ, Lilia M., O espetáculo das raças, SP, Cia das Letras, 2002. SODRÉ, Nelson W. Formação histórica do Brasil., São Paulo, Brasiliense, 5ª edição, 1968. SODRÉ, Nelson W Quem é o povo no Brasil? Coleção Cadernos do Povo Brasileiro, n. 2, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1962. SOUZA, Laura de Mello e. « Vida e morte do bandeirante ». In Intérpretes do Brasil. Silviano Santiago (org); vol. 1, Rio de Janeiro, Nova Aguillar, 2000. VARNHAGEN, F.A., História Geral do Brasil, 5 Tomos, São Paulo, Melhoramentos, 1959. VENTURA, R., “Os Sertões”, In Intérpretes do Brasil, Silviano Santiago (org); vol. 1, Rio de Janeiro, Nova Aguillar, 2000. VENTURA, R, A terra, o homem, a luta. SP, Ed. Três Estrelas, 2018. WEGNER, R. Caminhos de Sérgio Buarque de Holanda, In Um enigma chamado Brasil: 29 interpretes e um país, Botelho, A. e Schwarcz, L. M. (org.), São Paulo: Companhia das Letras, 2009.WEHLING, Arno. A concepção histórica de Von Martius. In: Revista do IHGB. Dossiê 200 anos de C.Ph.Von Martius, (155(385), 721-731, out/dez., 1994.
 

Clique para consultar os requisitos para FLH0815

Clique para consultar o oferecimento para FLH0815

Créditos | Fale conosco
© 1999 - 2024 - Superintendência de Tecnologia da Informação/USP