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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
 
Lingüística
 
Disciplina: FLL1025 - Análise Sincrônica e Diacrônica de Línguas Indígenas Brasileiras
"Synchronic and Diachronic Analysis of Indigenous Languages"

Créditos Aula: 2
Créditos Trabalho: 1
Carga Horária Total: 60 h ( Práticas como Componentes Curriculares = 10 h )
Tipo: Semestral
Ativação: 15/07/2018 Desativação:

Objetivos
O objetivo deste curso é de familiarizar o aluno com a aplicação das principais técnicas de descrição e análise linguísticas dos eixos sincrônico e diacrônico usando como matéria prima dados de línguas indígenas sul-americanas (predominantemente brasileiras).
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
4867450 - Luciana Raccanello Storto
7301850 - Thomas Daniel Finbow
 
Programa Resumido
O curso está dividido em duas seções. A primeira, ministrada pela Profa. Dra. Luciana Storto, aborda a identificação, descrição e análise sincrônica de estruturas linguísticas em línguas indígenas; a segunda, ministrada pelo Prof. Dr. Thomas Finbow, trata da identificação de relações genéticas entre essas línguas.
Além de oferecer treinamento para o aluno na aplicação das técnicas analíticas empregadas por linguistas envolvidos na investigação de línguas indígenas brasileiras de uma perspectiva pontual e histórica, o curso visa a destacar a natureza complementar das abordagens sincrônica e diacrônica, relevante ao plano geral da Linguística de explicar os fenômenos encontrados, sejam quais forem as circunstâncias.
 
 
 
Programa
O curso está dividido em duas seções. A primeira, ministrada pela Profa. Dra. Luciana Storto, aborda a identificação, descrição e análise sincrônica de estruturas linguísticas em línguas indígenas; a segunda, ministrada pelo Prof. Dr. Thomas Finbow, trata da identificação de relações genéticas entre essas línguas.
Além de oferecer treinamento para o aluno na aplicação das técnicas analíticas empregadas por linguistas envolvidos na investigação de línguas indígenas brasileiras de uma perspectiva pontual e histórica, o curso visa a destacar a natureza complementar das abordagens sincrônica e diacrônica, relevante ao plano geral da Linguística de explicar os fenômenos encontrados, sejam quais forem as circunstâncias. 
1. Análise sincrônica:
As metodologias sincrônicas de descrição linguística serão estudadas de um ponto de vista aplicado, para que o aluno aprenda a utilizar as ferramentas necessárias para se fazer análises fonêmicas, morfêmicas, sintáticas e semânticas a partir de paradigmas de dados de línguas indígenas brasileiras. Os temas abordados serão:
(1)	descrição e análise de inventários fonêmicos vocálicos e consonantais
(2)	descrição e análise de fenômenos suprassegmentais tais como acento, tom e acento tonal
(3)	identificação de processos morfofonológicos como epêntese, lenição e espalhamento de nasalidade
(4)	Identificação de núcleos lexicais e funcionais
(5)	segmentação morfêmica de textos
(6)	descrição de classes verbais e identificação de construções de mudança de valência
(7)	estudo da variação na ordem de constituintes da língua
(8)	a expressão nominal e verbal de número
2. Análise diacrônica:
A parte diacrônica do curso pretende familiarizar o aluno com a aplicação dos métodos de reconstrução linguística - a comparada e a interna - a conjuntos de dados linguísticos de diferentes tipos, com o objetivo de ensinar a detecção, e/ou verificação de possíveis relações genéticas em diversos graus de proximidade. Uma abordagem prática predominará, mas haverá também apresentações dos aspectos teóricos mais pertinentes, de modo a esclarecer o embasamento dos tratamentos padrão e para orientar a escolha na hora de selecionar o melhor procedimento dentre várias alternativas.
Os tópicos diacrônicos tratados no curso são: 
(1) relações genéticas, tipologia e contato, 
(2) identificação de correspondências sistemáticas,
(3) reconstrução de protolínguas e prelínguas, 
(4) classificação de membros de uma família linguística em subgrupos, e 
(5) possibilidade de relações distantes de parentesco entre famílias. 

O enfoque empírico do curso será as línguas indígenas brasileiras, com ênfase na família tupi.
 
 
 
Avaliação
     
Método
Realização de exercícios de análise e apresentação dos textos a serem discutidos, resenhas ou trabalhos.
Critério
Avaliar a capacidade dos alunos em pôr na prática os conceitos teóricos e técnicas analíticas introduzidos, apresentar hipóteses para explicar os fatos linguísticos em questão e argumentar a favor ou contra as análises discutidas e aplicadas.
Norma de Recuperação
A atividade de recuperação será feita, em data a ser definida pelos professores, mediante trabalho ou prova escrita, também a critério dos professores ministrantes da disciplina. Para a aprovação, o aluno deverá obter nota maior ou igual a 5,0 (cinco) nessa atividade.
 
Bibliografia
     
Análise sincrônica:
BOWERN, Claire. Linguistic Fieldwork: a practical guide. Palgrave Macmillan. 2008.
DRUDE, Sebastian. Nasal Harmony in Aweti and the Maweti-Guarani family (Tupi). Amerindia 32: La strucutre des langues amazoniennes. 2008.
FARGETTI, Cristina. Nasalidade na Língua Juruna. Amerindia 32: La strucutre des langues amazoniennes. 2008.
GALÚCIO, Ana Vilacy. Argument Marking and Reference Tracking in Mekens. In Information Structure and Reference Tracking in Complex Sentences. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company. 2014.
_____ & Antonia Fernanda Nogueira. Causativização e Alteração de Valência em Mekéns e Wayoro. In Queixalós, Francesc, Stella Telles & Ana Carla Bruno (eds.). Incremento de Valencia en las lenguas Amazónicas. Universidad Nacional de Colombia y Instituto Caro y Cuervo: Bogotá. 2014.
GOMES, Dioney. Voz e Valência Verbal em Munduruku (Tupi). In Queixalós, Francesc, Stella Telles & Ana Carla Bruno (eds.). Incremento de Valencia en las lenguas Amazónicas. Universidad Nacional de Colombia y Instituto Caro y Cuervo: Bogotá. 2014.
MOORE, Denny. Valence-Increasing Constructions: Causative Constructions in Gavião de Rondônia. In Queixalós, Francesc, Stella Telles & Ana Carla Bruno (eds.). Incremento de Valencia en las lenguas Amazónicas. Universidad Nacional de Colombia y Instituto Caro y Cuervo: Bogotá. 2014.
MÜLLER, Ana, Luciana Storto & Thiago Coutinho-Silva. Number and the Count-Mass Distinction in Karitiana. WSCLA Proceedings 11. Vancouver: University of British Columbia. 2006a.
_____, Luciana Storto & Thiago Coutinho-Silva. Número e a Distinção Contável-Massivo em Karitiana. Revista da ABRALIN vol. 5, nos. 1 e 2. 2006b.
SALANOVA, Andres. Reduplication and Verbal Number in Mebengokre. In Goodwin Gómez, Gale & Hein van der Voort (eds.). Reduplication in Indigenous Languages of South America. Brill. 2014.
SANCHEZ-MENDES, Luciana. & Ana Muller. The Meaning of Pluractionality in Karitiana. Proceedings of SULA IV. Amherst: University of Massachusetts at Amherst. 2009.
SINGERMAN, Adam. Nasal Harmony and Phonotactic Well-Formesness in Tupari. International Journal of American Linguistics 82 (4). 2016.
STORTO, Luciana. 1999. Aspects of a Karitiana Grammar. Ph.D. Dissertation. MIT.
_____a. Marcação de concordância absolutiva em algumas construções sintáticas em Karitiana. Amerindia 32: La strucutre des langues amazoniennes. 2008.
_____. Reduplication in Karitiana. In Goodwin Gómez, Gale & Hein van der Voort (eds.). Reduplication in Indigenous Languages of South America. Brill. 2014.
_____. Information Structure and Constituent Order in Karitiana Clauses. In Information Structure and Reference Tracking in Complex Sentences. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company. 2014.
_____, Bruna Franchetto & Suzi Lima (Orgs). Sintaxe e Semântica do Verbo em Línguas Indígenas no Brasil. Campinas: Mercado de Letras. 2014.
_____ & Didier Demolin. Pitch Accent in Karitiana. In Kaji, Shigueki. Cross Linguistic Studies of Tonal Phenomena. ILCAA, Tokyo University of Foreign Affairs. 2005.
_____ & Ivan Rocha. Strategies of Valence Change in Karitiana. In Queixalós, Francesc, Stella Telles & Ana Carla Bruno (eds.). Incremento de Valencia en las lenguas Amazónicas. Universidad Nacional de Colombia y Instituto Caro y Cuervo: Bogotá. 2014.
Análise diacrônica:
(a) Manuais gerais de linguística histórica:
(i) Introdução - relações genéticas, tipologia e contato.
ANTTILA, Raimo. An introduction to Historical and Comparative Linguistics. Nova York: Macmillan,1972.
CAMPBELL, Lyle. Historical Linguistics: an Introduction. Cambridge, MASS: MIT Press, 1997.
CROWLEY, Terry. An Introduction to Historical Linguistics. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
FOX, Anthony. Linguistic Reconstruction. An Introduction to Theory and Method. Oxford: Oxford University Press,1995.
GILDEA, Spike (org.). Reconstructing Grammar. Comparative Linguistics and Grammaticalization. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 1999.
HEINE, Bernd e Tania KUTEVA. Language Contact and Grammatical Change. Cambridge: Cambridge Univerisity Press, 2005.
HOCK, Hans Heinrich. Principies of Historical Linguistics. Amsterdam: Mouton de Gruyer, 1986 (2ª edição, 1991).
HOENIGSWALD, Henry M.. Language Change and Historical Reconstruction. Chicago: University of Chicago Press, 1960.
LEHMANN, Winfred P. Historical Linguistics: an Introduction. Routledge, 3ª ed., 1993 (reimpr., 1994).
MATRAS, Yaron. Language Contact. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.
RINGE, Don e Joseph F. ESKA. Historical Linguistics. Towards a Twenty-First Century Reintegration. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.
THOMASON, Sarah G. Language Contact. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2001.
(b) A linguística histórica das línguas indígenas brasileiras:
(i) Introdução - relações genéticas, tipologia e contato.
DIETRICH, Wolf. “O tronco tupi e suas famílias de línguas. Classificação e esboço tipológico”. Em: Volker NOLL e Wolf DIETRICH (orgs.), O português e o tupi no Brasil. São Paulo: Contexto, 2010 : 9-25.
DIXON, R. A. M. The Rise and Fall of Languages. Oxford: Oxford University Press, 1997.
GALUCIO, A. V.; Meira, S.; Drude, S.; Gabas Jr, N.; Moore, D.; Picanço, G.; Reis Rodrigues, C.; Storto, L. Genealogical Relations and Lexical Distances within the Tupian Linguistic Family. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, vol. 10 n. 2: Variação em Línguas Tupi. Belém: Brazil. 2015.
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. “Tupi-Guarani e Mundurukú: evidências lexicais e fonológicas de parentesco. genético”. EL Estudos Linguísticos. Revista Brasileira de Linguística Teórica e Aplicada. 3: 194-209, 1980 (reimpressão de 2003).
——. Línguas brasileiras. Para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Edições Loyola, 1994.
——. “Línguas indígenas: 500 anos de descobertas e perdas”, ciência Hoje. 95: 2–26, 1993.
——. “Aspectos da História das línguas indígenas da Amazônia”, em: SIMÕES, Maria do Socorro (org.), Sob o signo do Xingu. Belém, PA: IFNOPAP/UFPA, pp. 37-51, 2003.
STORTO, Luciana. “The Tupi Linguistic Family”. Apresentação.
(iii) Reconstrução de protolínguas
MOORE, Denny e Ana Vilacy GALÚCIO. “Reconstruction of Proto-Tupari Vowels and Consonants”. In: LANGDON, Margaret (ed.), Report 8. Survey of California and Other Indian Languages. Proceedings of the Meeting of the Society of the Indigenous Languages of the Americas (July 2-4, 1993) and the Hokan-Penutian Workshop (July 3 1993), 1993 Linguistic Institute, Ohio State University, Columbus, Ohio., pp. 119-137, 1994.
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. “As vogais orais do proto-tupi”, em: RODRIGUES, Aryon D., e Ana S. A. C. CABRAL (orgs.), Novos estudos sobre línguas indígenas. Brasília: Editora da UNB, pp. 35-46, 1997.
——. “As consoantes do proto-tupi”, em: Aryon D. RODRIGUES e Ana Sueli A. C. CABRAL (orgs.), Línguas e Culturas Tupi. Campinas: Curt Nimuendaju, pp. 167-203, 2007.
——. “Para o estudo histórico-comparativo das línguas Jê”. Revista Brasileira de Linguística Antropológica, 4.2: 279-288, 2012.
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna, Arnaldo HAUPTMANN e Thekla HARMAN. “A classificação do tronco linguístico tupi”, Revista de Antropologia 12.1/2: 99-104, 1964.
(iv) Classificação de subgrupos
DRUDE, Sebastian. “On the position of the Awetí language in the Tupi family”, em: Wolf DIETRICH e Haralambos SYMEONIDIS, (orgs.), Guaraní y “Mawé-Tupí-Guaraní”. Estudios históricos y descriptivos sobre una familia lingüística de América del Sur. Berlim e Münster: LIT Verlag, pp. 47-68, 2006.
GABAS JR, Nilson. “Genetic relationship within the Ramarama family of the Tupi stock (Brazil)”, em: Hein VAN DER VOORT e Simon VAN DE KERKE (orgs.), Indigenous Languages of Lowland South America. (CILLA, vol. 1: 71-82). Leiden: CNWS, 2000.
——. “Classificação da língua Akuntsú”, Estudos Linguísticos XXXVI: 105-110.
GALÚCIO, Ana Vilacy e Nilson GABAS JR. “Evidências para o agrupamento genético Karo-Puruborá, tronco Tupi”. Paper presented at the 17th Encontro Internacional da ANPOLL, Gramado, RS, 2002.
GALÚCIO, Ana Vilacy e NOGUEIRA, Antônia Fernanda. “Comparative study of the tupari branch of the Tupi family: contributions to understanding its historical development and internal classification”. Em: Memórias del V Congreso de idiomas indígenas de latinoamérica,  6-8 de octubre de 2011, Universidade de Texas em Austin, pp. 1-29, ….
LEMLE, Míriam. “Internal Classification of the Tupí-Guaraní Linguistic Family”, in: BENDOR-SAMUEL, David (ed.), Tupi Studies 1. Summer Institute of Linguistics Publications in Linguistics and Related Fields Nº 29: 107-129, 1971.
MCMAHON, Robert e April MCMAHON. Language Classificaction by Numbers. Oxford: Oxford University Press, 2005.
MOORE, Denny. “Classificação interna da família linguística mondé”, Estudos Linguísticos XXXIV: 515-520, 2007.
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. “Classification of Tupi-Guarani”, International Journal of American Linguistics 24: 231-34, 1958.
——. “A classificação do tronco tupi”, Revista Brasileira de Linguística Antropológica, 12: 99-104, 1965 (3.2, 2011: 197-203).
——.  “Relações internas na família linguística tupí-guaraní”. Revista Brasileira de Linguística Antropológica, 27/28: 33-53, 1984-1985 (3.2: 233-251, 2011).
RODRIGUES, Aryon D. e Wolf DIETRICH. “On the linguistic relationship between Mawé and Tupí-Guaraní”, Diachronica XIV: 265-304, 1997.
(v) Possíveis relações genéticas distantes	
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. “Evidence for Tupi-Carib relationships”, em: H. M. KLEIN e L. R. STARK (orgs.), South American Indian Languages: Retrospect and Prospect. Austin: University of Texas Press, pp. 371-404, 1995.
——. “Hipótese sobre as migrações dos três subconjuntos meridionais da família Tupi-Guarani. Atas do II Congresso  Nacional da ABRALIN. CD-ROM. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, pp. 1596-1605, 2000.
——. “A case of affinity between Tupí, Karíb and Macro-Jê”, Revista Brasileira de Linguística Antropológica, 1.1. Jul. : 139-167, 2009.
 

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