São objetivos desta disciplina: (1) familiarizar os estudantes de tradução com a diversidade de tipologias textuais que constituem esse gênero discursivo (artigos científicos, teses, dissertações etc.); (2) oferecer uma introdução teórica às características fundamentais do discurso acadêmico, sobretudo no que respeita à sua estruturação (partes constitutivas e estrutura argumentativa) e ancoragem cultural (especificidades próprias de uma dada língua/cultura) e (3) oferecer um treino sistemático de tradução de exemplares de textos deste domínio da língua estrangeira para o português do Brasil e, no que respeita aos resumos (abstracts), também do português do Brasil para a língua estrangeira.
Esta disciplina trabalha a noção de discurso científico como gênero híbrido, com características estruturais específicas, mas também com marcas culturais que o define como próprio de determinada cultura, num dado momento do tempo. Assim, o estudo das características e dos elementos constitutivos desse gênero discursivo, inclusive de sua especificidade para o par de línguas envolvidas, constitui condição prévia para a tradução de exemplares de texto deste domínio.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICOOs objetivos descritos acima são operacionalizados através da identificação de aspectos linguísticos e culturais para tipos de texto do discurso acadêmico estudados em contraste. As aulas, entendidas como oficinas, compreendem a recepção do texto a ser traduzido (análise e definição da estratégia de trabalho), a tradução como tarefa de casa e a discussão, em sala de aula, das alternativas de tradução (controle do texto final). Constituem material de trabalho desta disciplina os seguintes tipos de texto: (1) trabalhos de conclusão (monografias, dissertações e teses) e (2) artigos científicos publicados em periódicos.
ECO, Umberto – Como se faz uma tese. Tradução de .... 20ª edição (Coleção Estudos 85). São Paulo, Perspectiva, 2005.SEVERINO, Antonio Joaquim – Metodologia do trabalho científico. 23ª edição, revista e ampliada. Campinas (SP): Cortez, 2007.SALOMON, Delcio Vieira – Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes – WMF, 2009.OLIVEIRA, Jorge Leite de – Texto acadêmico. Técnicas de redação e de pesquisa científica conforme normas atuais da ABNT. 5ª edição. São Paulo: Vozes, 2007.ASSMANN, Aleida – Was sind kulturelle Texte? In: Poltermann, Andreas (Hrsg.) – Literaturkanon – Medienereignis – kultureller Text: Formen interkultureller Kommunikation und Ubersetzung. Berlin: Erich Schmidt Verlag, 1995, p.232-244.DESMET, Isabel. Teoria e prática da fraseologia de especialidade: aplicações. In: Revista de Filologia e Linguística Portuguesa, v. 5. São Paulo: Humanitas, 2002. 27-56.FLUCK, Hans-Rudiger. Zum (‘guten’) Stil in Fachtexten. In: Burkhardt, Armin (Hg.), Was ist gutes Deutsch? Mannheim u.a.: Dudenverlag, 2007. 305-321.MONTEIRO, Maria José Pereira; MELO, Silvia Dorotéa Boger de. O discurso acadêmico da Arqueologia em alemão e em português: uma busca de acesso entre culturas? In: Maria Helena Voorsluys BATTAGLIA e Masa NOMURA. (Orgs.), Estudos linguísticos contrastivos em alemão e português. São Paulo: Annablume, 2008. 221-243. OLIVEIRA, Isabelle. Legitimidade da metáfora em língua de especialidade num quadro didáctico. In: Revista de Filologia e Linguística Portuguesa, v. 10-11. São Paulo: Humanitas, 2008/2009. 69-80.REICHMANN, Tinka. Marcas culturais nas linguagens de especialidade. In: Lusorama, v. 77-78, 2009. 103-122.RESINGER, Hildegard. Estudio contrastivo de las aclaraciones en la comunicación científica, ejemplificada en artículos de ecología en castellano, inglés y alemán. In: BABEL-AFIAL n° 18, 2009. 195-206.SCHIERHOLZ, Stefan J. Zur Ubersetzung linguistischer Fachtermini. Eine Studie zu den Lemmata in den WSK. (WSK= Wörterbuch zur Sprach- und Kommunikationswissenschaft). In: Jesensek, Vida / Ostir, Alja L. (Hrsg.), Wörterbuch und Ubersetzung. Hildesheim: Olms, 2008. 62-81.SCHWEIGER, Kathrin. Vertextungsstrategien in brasilianischen und deutschen Magistereinleitungen – eine exemplarische Analyse. In: Pandaemonium Germanicum, São Paulo, v. 12, 2008. 125-148.THIEME, Stephanie. Was ist gutes Deutsch in der Rechts- und Verwaltungssprache? Eine Gratwanderung zwischen Fachsprache und Verständlichkeit. In: Burkhardt, Armin (Hg.), Was ist gutes Deutsch? Mannheim u.a.: Dudenverlag, 2007. 322-330.ZÖRÉS, Anna. Typologie et linguistique contrastive. Théories et applications dans la comparaison des langues. Frankfurt/M.: Lang. 2008