Objetivos: A finalidade é apresentar um panorama da literatura hebraica a partir de fins dos anos 30, quando surge uma primeira geração de autores educados na nova realidade lingüística do hebraico, ainda na fase do Mandato Britânico. Nesse primeiro momento foram implantadas as bases políticas, sociais e educacionais do futuro estado de Israel. É o surgimento da ficção “sabra”, nome que designa o nativo judeu de Israel, com diversas tendências, num momento em que a ideologia sionista se afirmava e se impunha de maneira geral, com padrões culturais e sociais. É o período em que, também na literatura, ocorrem os primeiros registros de tensões que iriam se aprofundar e seriam tratadas pela ficção produzida, após a criação do estado de Israel, pela futura obra de A. B. Yehoshua e Amós Oz, entre outros. A utopia sionista em choque com a realidade começa a ser tratada por autores como S. Izhar, Aharon Mêgued, Moshê Shamir e Yoram Kaniuk, entre outros.
A literatura da chamada “geração da terra”, nascida no período imediatamente anterior à fundação do Estado de Israel.
1. S. Izhar: Efraim Volta para a Alfafa – publicado em 1938, estréia do escritor, o conto fala de uma personagem constrangida pelas normas de vida coletiva do kibuts (o estabelecimento rural coletivista que mais caracterizou o surgimento de Israel) e seus anseios pessoais 2. Aharon Mêgued: Um Homem Judeu, O Nome e Aguaceiro no Deserto – o projeto utópico sionista e a realidade, um retrato de parte do material humano que formaria Israel, sonhos, frustrações, conflitos 3. Igal Mossinshon: Polca e Cinzentos como Fardo– os conto tratam dos problemas humanos num kibuts, durante uma festa, e de soldados em guerra 4. Aharon Mêgued: Hedva y Yo – o autor é considerado um cronista competente da vida em Israel. Neste romance, conta as aventuras de um casal num país que se consolida e no qual a ideologia fundadora começa a evidenciar sinais de ruptura. 5. S. Izhar: O Prisioneiro – um árabe cai prisioneiro de combatentes judeus durante a guerra movida contra Israel pelos países vizinhos após a declaração de independência 6. Biniamin Tamuz: Concurso de Natação – o conto fala, de maneira alegoria, da competição entre dois amigos, na infância, um árabe, outro judeu 7. Moshê Shamir: A Noite de Sarona – por um dos principais narradores da saga dos sabras. O episódio se passa durante a Guerra da Independência e faz parte de Capítulos de Elik (Com Suas Próprias Mãos), um dos livros clássicos do período 8. Yoram Kaniuk: A Vida Esplêndida de Clara Chiato – o conto narra a trajetória de uma judia sefardita radicada em Israel 9. A poesia de Natan Alterman, Shlonski, Dalia Ravicovich etc.
IZHAR, S., Efraim Volta para a Alfafa, em A Geração da Terra, BEREZIN, Rifka (org.), Summus Editorial, SP, 1983IZHAR, S., O Prisioneiro, em GUINSBURG, Jacó (org). Nova e Velha Pátria, São Paulo, Perspectiva, 1966KANIUK, Yoram, A Vida Esplêndida de Clara Chiato, em A Geração da TerraMÊGUED, Aharon, O Nome, idemMOSSINSHON, Igal, Polca, em Nova e Velha Pátria (v. acima)MOSSINSHON, Cinzentos como um Fardo, em BEREZIN, R. (org.) A Geração da Terra, São Paulo, Summus, 1983MÊGUED, Aharon, Hedva y Yo SCHWARTZMAN, Gabriel, A história de Hibet Hizah: 60 anos depois, Cadernos, 8, SP, Cejudaic/USP, 2010SHAKED, Gershon, A Vida por um Fio, em Cadernos, 1, SP, Humanitas, 1998SHAMIR, Moshê, A Noite de Sarona, em GUINSBURG, Jacó (org). Nova e Velha Pátria, São Paulo, Perspectiva, 1966TAMUZ, Concurso de Natação, em BEREZIN, R. (org.) A Geração da Terra, São Paulo, Summus, 1983