Os estudos de estratificação social têm como objetivos principais identificar a forma e os contornos dos estratos sociais (“classes sociais”, “estamentos”, “castas”) que reflitam as principais divisões sociais existentes em uma dada sociedade em certo momento histórico (fundamentos de tais divisões: controle de propriedade da terra, meios de produção, pureza étnica etc.), descrever os processos pelos quais os indivíduos são alocados a esses estratos (competitivos ou hereditários) e revelar os mecanismos institucionais por meio dos quais são geradas e reproduzidas as desigualdades sociais (ex. mercado, sanções legais ou convenções).
A disciplina tem como objetivo principal explorar as principais perspectivas de análise desenvolvidas pela sociologia (alemã, brasileira, britânica, francesa, norte-americana) para explicar/compreender processos de estratificação social, com ênfase sobre os estudos que utilizam o conceito de classe social. Além disso, a disciplina propõe uma abordagem prática, estimulando os alunos a refletir e por em prática diferentes maneiras de operacionalizar e empregar o conceito de classe social em análises empíricas.
Parte 1 1.1 - Estratificação social e classes sociais: estruturas e processos; 1.2 - As teorias clássicas de classe social e estratificação social: Durkheim, Marx, Weber. Parte 2 2.1 - Os debates recentes em torno das classes sociais; 2.2 - Os estudos de classe (neo)marxistas: a formação das classes sociais e a complexificação da estrutura social; 2.3 - Os estudos de classe (neo)weberianos: relações de classe e chances de vida; 2.4 - Os estudos de classe bourdiesianos: espaço social, espaço simbólico, habitus; 2.5 - Os estudos de classe (neo)durkheimianos: culturas e práticas ocupacionais; 2.6 - O fim das classes sociais? Parte 3 3.1 - Os estudos de classe no Brasil: uma temática clássica; 3.2 - Os embates contemporâneos no campo dos estudos de classe na sociologia brasileira; 3.3 - As intersecções entre classe, raça e gênero.
BENNETT, T. et al. Culture, class distinction. Nova Iorque, Abingdon: Routledge, 2009. BERTONCELO, Edison. “Classes e práticas sociais”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 81, pp. 183-211, 2013. BOITO JR., A.; GALVÃO, A. (Org.). Política e classes sociais no Brasil nos anos 2000. São Paulo: Ed. Alameda, 2012. BOURDIEU, Pierre. A Distinção. São Paulo, Edusp, 2008. CROMPTON, R. Class and stratification: an introduction to current debates. 2. ed. Cambridge: Polity Press, 2003. DAVIS, K.; MOORE, W. “Some principles of stratification”. In: Scott, J. (Org.). Class: critical concepts. Londres/Nova Iorque: Routledge, [1945] 1996. GOLDTHORPE, John. On Sociology (2 volumes). Stanford, Stanford University Press, 2000. GOLDTHORPE, J.; MARSHALL, G. “The promising future of class analysis”. In: Marshall, G. Repositioning class: social inequality in industrial societies. Londres: Sage, [1992] 1997. GRUSKY, D.; GALESCU, G. “Is Durkheim a class analyst?” In: Alexander, J.; Smith, P. (Org.). The Cambridge companion to Durkheim. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. GRUSKY, D.; SORENSEN, J. “Can class analysis be salvaged?”. American Journal of Sociology, 103, pp. 1187-234, 1998. GUIMARÃES, A. S. A. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2012. LAMONT, Michèle. Money, morals and manners: The culture of the French and the American middle class. Chicago, The University of Chicago Press, 1992. LOCKWOOD, David et al. The affluent worker in the class structure. Cambridge, Cambridge University Press, 1969. MARX, Karl. O capital. São Paulo, Boitempo, 2013. PARKIN, F. “Estratificação social”. In: BOTTOMORE, T.; Nisbet, R. História da análise sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. PARSONS, T. Essays in sociological theory. Nova York, Free Press; Londres, Collier-Macmiilan, 1964. POULANTZAS, N. Class in contemporary capitalism. Londres: New Left Books, 1979. PULICI, C. “O gosto dominante como gosto tradicional”. Novos Estudos Cebrap, n. 91, p. 123-139, 2011. RIBEIRO, C. A. Estrutura de classe e mobilidade social no Brasil. Bauru: Edusc, 2007. SALLUM Jr., Brasilio. “Classes, cultura e ação coletiva”. Lua Nova, 6 5 :1 1-42, 2005. SANTOS, J. Estrutura de posições de classes no Brasil. Rio de Janeiro: Iuperj; Ucam, 2002. SAVAGE, Mike. Class analysis and social transformation. Buckingham, Open University Press, 2000. SCOTT, John.Stratification and power. structures of class, status and command. Cambridge, Polity Press, 1996. SHILS, E. Center and periphery: essays in macro-sociology. Chicago, University of Chicago Press, 1975. SOUZA, J. Ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. ____. Os batalhadores brasileiros. Nova classe média ou nova classe trabalhadora? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012. THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro, Paz e Terra, [1968] 2004. WEBER, Max. “Classe, estamento, partido”. Economia e Sociedade (volume II). Brasília, Editora da UNB, 2015. WRIGHT, E. O. Class counts: comparative studies in class analysis. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. ____. Fundamentos da Análise de Classe (vários capítulos). Rio de Janeiro, Vozes, 2015.