A disciplina aborda diversos momentos históricos em que o Estado brasileiro constituiu modelos de políticas culturais com vistas a promover tipos específicos de criação artística. Nesse sentido, pretende-se debater os vínculos entre a produção cultural e o imaginário nacional, promovendo a reflexão sobre a especificidade das relações entre cultura e poder no Brasil. Visa-se compreender a interação entre elites sociais e políticas e grupos de artistas, por meio da análise das encomendas, dos projetos culturais e dos estilos institucionalmente preponderantes em momentos particulares da história do país. A partir do debate sobre a aplicabilidade e os limites das proposições teóricas e metodológicas estabelecidas pela sociologia da cultura, pretende-se compreender as construções culturais como produtos de complexas interações entre artistas, grupos de artistas e elites sociais e políticas, cristalizadas por meio de instituições culturais e discursos estéticos, que são assim tomados como práticas culturais contextualizadas.
A disciplina aborda diversos momentos históricos em que o Estado brasileiro constituiu modelos de políticas culturais com vistas a promover a criação artística. Nesse sentido, pretende-se debater os vínculos entre a produção cultural e o imaginário nacional, analisando os diversos modos de mecenato estatal e as respostas oferecidas pelos artistas às demandas políticas.
1. Instituições culturais no Brasil pós-Independência;2. O Primeiro Reinado e a institucionalização das práticas acadêmicas;3. O Segundo Reinado e a construção do Romantismo como discurso nacionalno Brasil4. A pintura de paisagem e a pintura de história no Brasil: representações danação “oficiais”?;5. A Primeira República brasileira e a III República francesa: diálogos edissonâncias na importação de modelos durante a Belle Époque no Brasil;6. Vanguardas nacionais e modelos internacionais: Modernismo(s), relaçõesde mecenato e distinção;7. Intelectuais, artistas e elites dirigentes entre 1930 e 1945;8. A oficialização do Modernismo na Era Vargas;9. O SPHAN e a institucionalização do patrimônio brasileiro;10. Encomendas públicas e consagração dos modernistas: as gestões J. K.;11. Artistas e Estado nos anos 1960: o mercado dos bens simbólicos.
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