Analisar e interpretar as principais formas da canção popular brasileira desde o primeiro governo de Getúlio Vargas até o fim dos governos militares. Refletir sobre a experiência histórica brasileira sintetizada nas várias formas de canção, por meio da leitura de comportamentos e de valores cantados em obras modelares. Reconhecer as especificidades da linguagem da canção, estudando-a em relação à música e à literatura. Estudar o processo de realização das canções populares (produção-difusão-consumo), pesquisando as relações entre cultura popular tradicional, cultura letrada e indústria cultural num período marcado pelo crescimento industrial e pela urbanização.
A disciplina analisa e interpreta obras que sintetizaram diversos aspectos da experiência brasileira no período, estudando tanto as especificidades da canção popular no âmbito da indústria cultural (desde a sua implementação até a consolidação do mercado fonográfico) quanto as relações da canção comercial com a cultura popular tradicional e a cultura letrada.
A vida comunitária, o nacional-popular e os influxos externos na produção de canções.Os sambas produzidos no Rio de Janeiro até 1945 e a construção da identidade brasileira.Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, as tradições orais do Nordeste e o mercado incipiente da canção popular.As classes baixas, as classes médias urbanas e a canção de rádio no pós-45.João Gilberto, Tom Jobim e a bossa nova.Relações entre a letra de canção e o poema; Vinicius de Moraes.Relações entre a canção e outras formas culturais (teatro, cinema, artes plásticas, jornalismo, publicidade e propaganda) no pré e no pós-64.Canção popular e Modernismo (Mário de Andrade, Villa-Lobos, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond, João Cabral, Guimarães Rosa, poetas concretos).A televisão como veículo de difusão da canção popular.Chico Buarque, Edu Lobo, Geraldo Vandré, a canção de protesto e a MPB.A jovem guarda, a canção cafona e a sociedade urbana no pós-64.Cartola, Rosa de Ouro, Paulinho da Viola e o samba durante os governos militares.Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e a tropicália.Milton Nascimento e o Clube da Esquina.A censura política e a consolidação do mercado fonográfico durante os governos militares.
ADORNO, Theodor W. Theodor W. Adorno. Org. Gabriel Cohn; trad. Flávio R. Kothe, Aldo Onesti e Amélia Cohn. São Paulo: Ática, 1986.___________________. Prismas: crítica cultural e sociedade. Trad. Augustin Wernet e Jorge M. B. de Almeida. São Paulo: Ática, 1998.ANDRADE, Mário de. Música, doce música. São Paulo: Martins, 1963._________________. Aspectos da música brasileira. Belo Horizonte/ Rio de Janeiro: Villa Rica, 1991.BAHIANA, Ana Maria. Nada será como antes: MPB nos anos 70 – 30 anos depois. Ed. revista. Rio de Janeiro: Ed. Senac Rio, 2006.BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. 7a ed. São Paulo: Brasiliense, 1994._________________ et alii. Os pensadores. Trad. Luiz João Baraúna; rev. João Marcos Coelho. São Paulo: Abril Cultural, 1975.CAMPOS, Augusto de. Balanço da bossa e outras bossas. 4ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1986.CANDIDO, Antonio, “Radicalismos” e “Uma palavra instável”. In: Vários escritos. 3ª ed. São Paulo: Duas Cidades, 1995. pp. 265-305.________________, “Dialética da malandragem”. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, no 8. São Paulo, IEB-USP, 1970. pp. 67-89.CHAUÍ, Marilena. O nacional e o popular na cultura brasileira: Seminários. São Paulo: Brasiliense, 1983.COLEÇÃO REVISTA DA MÚSICA POPULAR. Rio de Janeiro: Funarte/ Bem-Te-Vi, 2006.CONTIER, Arnaldo D. “Modernismos e brasilidade: música, utopia e tradição”. In: NOVAES, Adauto (org.), Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras/ Secretaria Municipal de Cultura, 1992. pp. 259-287.DIAS, Marcia Tosta. Os donos da voz: indústria fonográfica brasileira e mundialização da cultura. 2ª ed. São Paulo: Boitempo/ Fapesp, 2008.DUARTE Paulo Sergio & NAVES, Santuza Cambraia (org.). Do samba-canção à tropicália. Rio de Janeiro: Relume Dumará/ Faperj, 2003.FAVARETTO, Celso. Tropicália: alegoria, alegria. 2ª ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 1996.GARCIA, Walter. Bim Bom: a contradição sem conflitos de João Gilberto. São Paulo: Paz e Terra, 1999.GASPARI, E., HOLLANDA, H. B. & VENTURA, Z. Cultura em trânsito: da repressão à abertura. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.GOMES, Paulo Emílio Salles. Cinema: trajetória no subdesenvolvimento. 2a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL, volume 4 (Contrastes da intimidade contemporânea). Coordenador-geral da coleção: Fernando A. Novais; organizadora do volume: Lilia Moritz Schwarcz. 2ª reimpr. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.MAMMÌ, Lorenzo, “João Gilberto e o projeto utópico da bossa nova”. Novos Estudos Cebrap, no 34. São Paulo, Cebrap, nov.1992. pp. 63-70.MENESES, Adélia Bezerra de. Desenho mágico: poesia e política em Chico Buarque. 2a ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000.MELLO, Zuza Homem de. Eis aqui os bossa-nova. São Paulo: Ed. WMF Martins Fontes, 2008.MORAES, José Geraldo Vinci de. “História e música: canção popular e conhecimento histórico”. Revista brasileira de história nº 38, versão eletrônica. http://www.scielo.br/pdf/rbh/v20n39/2987.pdf.MORAES, Vinicius de. O samba falado (crônicas musicais). Org. Jost Miguel, Sérgio Cohn & Simone Campos. Rio de Janeiro: Beco do Azouge, 2008.NAPOLITANO, Marcos. A síncope das idéias: a questão da tradição na música popular brasileira. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2007.NOVAES, Adauto (org.). Anos 70: ainda sob a tempestade. Rio de Janeiro: Aeroplano/ Ed. Senac Rio, 2005.OLIVEIRA, Francisco de. Crítica à razão dualista/ O ornitorrinco. São Paulo: Boitempo, 2003.ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira: cultura brasileira e indústria cultural. 5ª ed., 3ª reimpr. São Paulo: Brasiliense, 2001.RISÉRIO, Antonio. Caymmi: uma utopia de lugar. São Paulo: Perspectiva/ Salvador: Copene, 1993.SANDRONI, Carlos. Feitiço decente: transformações do samba no Rio de Janeiro (1917-1933). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed./ Ed. UFRJ, 2001.SAROLDI, Luiz Carlos & MOREIRA, Sonia Virgínia. Rádio Nacional: o Brasil em sintonia. 2a ed. Rio de Janeiro, Martins Fontes/ Funarte, 1988.SCHWARZ, Roberto, “Nota sobre vanguarda e conformismo” e “Cultura e política, 1964-69”. In: O pai de família e outros estudos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. pp. 43-48; 61-92.SQUEFF, Enio & WISNIK, José Miguel. O nacional e o popular na cultura brasileira: Música. 2ª ed., 1ª reimpr. São Paulo: Brasiliense, 2001.SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.TATIT, Luiz. O cancionista. São Paulo: Edusp, 1996.TINHORÃO, José Ramos. Música popular: um tema em debate. 3a ed., revista e ampliada. São Paulo: Ed. 34, 1997._____________________. História social da música popular brasileira. São Paulo: Ed. 34, 1998.TOM ZÉ. Tropicalista lenta luta. São Paulo: Publifolha, 2003.TONI, Flávia Camargo (org.). A música popular brasileira na vitrola de Mário de Andrade. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2004.VÁRIOS, “Dossiê música brasileira”. Revista USP, nº 4. São Paulo, USP, dez./jan./fev. 1989/90.VASCONCELLOS, Gilberto. Música popular: de olho na fresta. Rio de Janeiro: Graal, 1977.VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.WISNIK, José Miguel. Sem receita. São Paulo: Publifolha, 2004.