1. Promover conexões entre antropologia, biologia e filosofia a partir de experimentos interdisciplinares contemporâneos entre as áreas.2. Re-iluminar o objeto das disciplinas em questão com vistas a abrir suas fronteiras.3. Reconhecer outras imagens de natureza e de humano que emergem dessas experiências de pensamento sensíveis ao empírico etnográfico e etológico.4. Exercitar desconfiança em relação aos abismos entre filosofia e ciência a partir de dados etnográficos e etológicos de campo.
Este curso pretende apresentar um rol de discussões atuais sobre os já inevitáveis trânsitos entre disciplinas até há pouco tempo estáveis em seus objetos. Qual imagem de natureza e de humano pode emergir dessas experiências de pensamento situado em campo? Como tornar operacionais, para as novas pesquisas, conceitos como o de “emergência”, “naturezasculturas”, “simetria”, “emaranhamento”, “affordances”, “embodiment”, “enaction”, “co-respondências”, “cosmopolítica”?
Este curso pretende apresentar um rol de discussões atuais sobre os já inevitáveis trânsitos entre disciplinas até há pouco tempo estáveis em seus objetos. Os autores mobilizados buscam precisamente experimentar esses trânsitos, mas atentos a não reduzir os fenômenos a pressupostos, de um lado, sociológicos, e, de outro, naturalistas. Qual imagem de natureza e de humano pode emergir dessas experiências de pensamento? Como falar do natural e do social sem se valer da divisão entre res extensa e res cogitans, entre exterioridade dos não-humanos e interioridade dos humanos?Como tornar operacionais, para as novas pesquisas, conceitos como o de “emergência”, “naturezasculturas”, “simetria”, “emaranhamento”, “affordances”, “embodiment”, “enaction”, “co-respondências”, “cosmopolítica”?
Agambem, G.: L'Ouvert: de l'homme et de l'animal. Paris, Payot & Rivages, 2002.Arhem, Kaj. “The cosmic food-web: human-nature relatedness in the Northwest Amazon”. In Descola, P. & Pálsson, G. (eds), Nature and Society: Anthropological Perspectives, Routledge, 1996.Bateson, Gregory: Mente e Natureza: uma unidade necessária. Rio de Janeiro, Ed. Francisco Alves, 1986.Buchanan, Brett. Onto-Ethologies: The Animal Environments of Uexküll, Heidegger, Merleau-Ponty, and Deleuze. State University of New York Press, 2008Cowperthwaite, Gabriela. “Blackfish – Fúria animal” (filme documentário). Estados Unidos, 2013, 83 minutos.Descola, P. La selva culta : simbolismo y praxis en la ecología de los Achuar. Quito, Ed. Abya-Yala, 1996.Gibson, J. J. The ecological approach to visual perception. Hillsdale, New Jersey, Lawrence Erlbaum Associates, 1986.HARAWAY, Donna. The companion species manifesto: dogs, people, and significant otherness. Chicago, Prickly Paradigm Press, 2003.HARAWAY, D. When species meet. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2008Ingold. T. “Beyond biology and culture: the meaning of evolution in a relational world”. In Social Anthropology, vol. 12, número 2, Cambridge University Press, junho de 2004, pp 209-221.Ingold, T. “Pare, olhe, escute! Visão, audição e movimento humano”. Ponto Urbe, Ano 2, versão 3.0, NAU-USP, jul./ 2008 Kohn, Eduardo. “How Dogs Dream: Amazonian Natures and the Politics of Transpecies Engagement,” American Ethnologist 34(1):3-24.Latour, Bruno: Jamais fomos modernos – ensaio de antropologia simétrica. São Paulo: Editora 34, 1994.MACIEL, M. E. (org.): Pensar/escrever o animal: ensaios de zoopoética e biopolítica. Florianópolis, Editora da UFSC, 2011.Oliveira, C. Joana. Entre plantas e palavras. Modos de constituição de saberes entre os Wajãpi (AP). São Paulo, Universidade de São Paulo, Tese de doutoramento FFLCH/USP, 2012.SONIGO, P. &. STENGERS, I. L'Évolution. Paris, EDP Sciences, 2003.STENGERS, I. The cosmopolitical proposal. In: LATOUR, B.; WEIBEL, P. (Org.). Making things public: atmospheres of democracy. Cambridge: MIT Press, 2005. p. 994-1003STRUM, Shirley S.; LATOUR, Bruno. Redefining the social link: from baboons to humans, em Social Science Information 26(4), 1987, 783-802.Viveiros de Castro, Eduardo. “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio”. In Mana, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 115-144, out. 1996.