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Júpiter - Sistema de Gestão Acadêmica da Pró-Reitoria de Graduação


Faculdade de Medicina
 
Disciplinas Interdepartamentais da Faculdade de Medicina
 
Disciplina: MSP4242 - Ensino Integrado de Cirurgia em Técnica Cirurgica
Integrated Teaching of Surgery in Surgery Technique

Créditos Aula: 3
Créditos Trabalho: 0
Carga Horária Total: 45 h
Tipo: Semestral
Ativação: 01/01/2018 Desativação:

Objetivos
Introduzir ao aluno de Medicina os primeiros conceitos relacionados à prática e técnica cirúrgica, conceitos fundamentais  que todo estudante de medicina deve aprender , sedimentar e praticar e que é inerente à formação médica. Disciplina ministrada no quarto ano do curso médico, trabalha junto aos estudantes as chamadas manobras fundamentais em cirurgia, ou seja, a 1.diérese , 2.hemostasia e 3.síntese. Além dessas manobras se repetirem sucessivamente em qualquer procedimento cirúrgico de maior ou menor complexidade, existem por si só na medida em que estão presentes em uma simples sutura de um ferimento cortante de pele, prática já necessária a partir do internato médico e habilitação fundamental a qualquer médico independentemente de sua área de atividade. A disciplina é eminentemente prática, baseada no “hands on”  por parte dos estudantes com supervisão dos professores. Para que a disciplina atinja seus objetivos, há a necessidade de o binômio ensino - aprendizado estarem inseridos em uma sequência lógica e sucessiva de ganho de habilidade por parte do aluno, como se fossem etapas ou peças de um todo, o que se tem conseguido ao longo desses anos com atividades semanais contínuas, intensas e focadas, repetidas e supervisionadas, com duração de 10 a 12 semanas consecutivas. Além desse objetivo mais evidente, a disciplina trabalha outros de suma importância como o desenvolvimento do trabalho em equipe e conceitos de assepsia e antissepsia na prática médica. Poderíamos também acrescentar como objetivos ocultos ou afetivos o despertar no estudante de sua vocação cirúrgica, pois a disciplina desenvolve e explora seu caráter lúdico de “fazer-confeccionar-modificar” na medida em que os estudantes ao praticar em modelos alteram a realidade para “fiz-confeccionei-modifiquei”.
 
 
 
Docente(s) Responsável(eis)
52113 - Paulo Roberto Bueno Pereira
 
Programa Resumido
O fundamento principal da disciplina Técnica Cirúrgica é o ensino e consequente aprendizado prático das manobras cirúrgicas  fundamentais, ou seja, a diérese, hemostasia e síntese. Além desse objetivo, propõe também o desenvolvimento e aperfeiçoamento do trabalho em equipe, a discussão das manobras de assepsia e antissepsia e consequente combate à infecção , a metodização do ato operatório e o conhecimento do instrumental cirúrgico e instrumentação ; introduz e desenvolve no seio dos estudantes os primeiros procedimentos cirúrgicos, o que desperta sua vocação. Capacita e habilita o estudante de medicina a praticar pequenos procedimentos operatórios, como suturas e drenagens. Ensina e pratica as manobras de suporte à vida, como drenagens de tórax, cricotireoidostomias e traqueostomias. Trabalha com o conceito de tempo lógico de aprendizado, “hands-on” e sequência progressiva de dificuldades de exercícios práticos, o que requer imersão do estudante para que se consiga atingir os objetivos da disciplina.
A metodologia de ensino da disciplina Técnica Cirúrgica para um determinado dia de aula é composto de 3 fases: 1. Contextualização do assunto a ser em seguida objeto da aula prática, 2. Vídeo explicativo e comentado pelo professor que servirá de roteiro da aula prática e 3. Aula prática propriamente dita, com supervisão dos professores. Serão usados modelos plásticos e peças anatômicas como objetos dos procedimentos práticos.
 
 
 
Programa
Módulo I – Infecção e Cirurgia
CONTEXTUALIZAÇÃO : Evolução histórica do desenvolvimento cirúrgico em suas diversas fases. Conceito de Infecção em cirurgia. Analisa-se o conceito de infecção em cirurgia e a importância da boa técnica cirúrgica em sua prevenção.
PRÁTICA: Escovação e paramentação cirúrgicas.O treinamento em manobras antissépticas e assépticas é desenvolvido.
Destacar a importância da técnica asséptica na prevenção da infecção em cirurgia. Paramentação cirúrgica

Módulo II – Equipe cirúrgica
CONTEXTUALIZAÇÃO : São ministrados conceitos básicos de fios, tipos de suturas e importância de cada elemento na equipe cirúrgica.
PRÁTICA: Equipe cirúrgica e instrumentos. O conceito de equipe é desenvolvido e todo o instrumental é apresentado. O aluno aprende a instrumentação cirúrgica. Destaca-se o aprendizado da importância do trabalho em equipe, os instrumentos cirúrgicos são apresentados, treina-se instrumentação e aprende-se o nó cirúrgico (de sapateiro) e o nó com porta agulha
Módulo III – Bases técnicas da sutura de pele
CONTEXTUALIZAÇÃO : Bases técnicas da sutura da pele e anexos.  São apresentadas as mais importantes técnicas operatórias relacionadas à sutura de pele e conceitos de cirurgia plástica
PRÁTICA: Sutura de pele, enxertos e rotação de retalhos. Os alunos treinam sutura de pele, plástica em Z e rotação de retalhos em modelo de língua bovina. O enfoque principal é dado ao tratamento correto do ferimento de pele através da anestesia local, limpeza da ferida, retificação das bordas e sutura adequada. Desenvolve-se o conceito de melhor fio e melhor tipo de sutura para cada caso. Ensina-se a confeccionar um curativo
Módulo IV – Bases técnicas da sutura contínua
CONTEXTUALIZAÇÃO: Os aspectos técnicos das cirurgias gastrointestinais básicas são apresentadas, como rafias de delgado, estomias e ressecções.
PRÁTICA: Gastroenteroanastomose. A sutura do estômago ao jejuno é realizada com ênfase nos dois planos de sutura. A sutura contínua em chuleio é destacada na prática da gastroenteroanastomose em dois planos. Introduz-se um novo fio e uma nova habilidade cirúrgica, a sutura contínua. Ensina-se na prática à passagem de SNG
Módulo V : Aspectos técnicos das cirurgias básicas intestinais
CONTEXTUALIZAÇÃO: Aspectos básicos da cirurgia sobre o intestino delgado são apresentados e discutida a melhor indicação cirúrgica em seus aspectos terapêuticos e sua correlação com as diversas técnicas operatórias
PRÁTICA: Enteroenteroanastomose Realiza-se o treinamento em ressecção e anastomose de jejuno com anastomose T-T em 2 planos. Destacam-se três tópicos e habilidades: planejamento cirúrgico, conhecimento dos  principais tipos de cirurgias sobre o intestino delgado e habilitação em um novo tipo de sutura – a sutura com pontos separados em dois planos
Módulo VI- Aspectos técnicos das cirurgias do cólon e apendicectomias
CONTEXTUALIZAÇÃO: Bases técnicas da cirurgia do cólon e reto. São apresentados e discutidas as principais técnicas cirúrgicas do tratamento das doenças do cólon. Apendicectomias.
PRÁTICA: Estomias, gastrostomias e jejunostomias. Realiza-se o procedimento cirúrgico de confecção de gastrostomia  e jejunostomia . 
Na verdade o enfoque principal e a habilitação cirúrgica desejada é a sutura em bolsa e sua importância na preservação de cateteres e estomias. Ensina-se na prática a troca de sonda de gastrostomia
Módulo VII- Bases técnicas da cirurgia arterial e venosa
CONTEXTUALIZAÇÃO: São apresentados e discutidos casos que necessitem da intervenção do cirurgião vascular e o tratamento das feridas tróficas
PRÁTICA: Sutura vascular. É realizada sutura vascular término-terminal em segmento de aorta. Dois enfoques principais: 
o conhecimento técnico e prático de um novo tipo de sutura e um novo fio com uma nova agulha (a sutura deve ser a menos traumática possível) e discute-se também na aula prática o melhor tratamento das feridas tróficas e isquêmicas (tipos de curativos). 
Módulo VIII- Bases técnicas da cirurgia torácica
CONTEXTUALIZAÇÃO: Bases técnicas da cirurgia torácica. São apresentadas as bases técnicas da cirurgia do pulmão com ênfase nas vias de acesso e drenagens torácicas.
PRÁTICA:Drenagem torácica e pericárdica. Punções : toracocentese e Marfan. 
A ênfase maior é proporcionada nas manobras de manutenção da vida como punções e drenagens de tórax e pericárdio e traqueostomia. Ensina-se na prática à passagem e troca de cânula de traqueostomia
Módulo IX- Bases técnicas das  manobras de suporte à vida
CONTEXTUALIZAÇÃO: Os procedimentos cirúrgicos de suporte à vida são apresentados. Os alunos tomam conhecimento da importância dos procedimentos de suporte à vida como toracocentese , punção pericárdica e  cricotireostomia. As situações clínicas são correlacionadas
PRÁTICA: traqueostomia, cricotireoidostomia e drenagem de tórax. Treina-se a drenagem de tórax, a flebotomia e dissecção arterial, o monitoramento de PAM e PVC. Repetem-se as manobras emergenciais de suporte à vida, com repetição dos procedimentos e discussão de novas situações. Acrescenta-se acesso venoso ( flebotomia ) e arterial ( instalação de PAM ) às manobras da aula anterior
Módulo X – Bases técnicas da cirurgia urológica
CONTEXTUALIZAÇÃO: Bases técnicas da cirurgia urológica. Apresenta-se ao aluno a base técnica da cirurgia urológica, suas indicações e individualidades. 
PRÁTICA: Sutura de bexiga, nefrectomia e cistostomia. Os alunos treinam fios de uso em urologia, assim como sutura de bexiga, cistostomia e nefrectomia. 
Enfoque principal nas suturas e fios usados em urologia, aspecto importante do conhecimento técnico cirúrgico mesmo na formação do não especialista em urologia. Ensina-se na prática à sondagem vesical de demora (SVD).
 
 
 
Avaliação
     
Método
Os estudantes contarão ao longo do curso com avaliações teóricas, ou seja, provas de discussão de casos e procedimentos cirúrgicos, e avaliações práticas, ou seja, demonstração das habilidades adquiridas. O foco da avaliação não será sobre a melhor sutura, melhor ponto, mas sim se o estudante domina o conceito e prática das manobras fundamentais, trabalho em equipe, assepsia e nome e uso do instrumental cirúrgico.
Critério
Será realizada uma prova teórica a cada 4 módulos ( total portanto de 3 provas ) e uma prova prática ao final do curso . A média das notas das avaliações teóricas será somada à nota prática e o resultado dividido por 2 constituirá a nota final.
Norma de Recuperação
A nota mínima exigida será 5 para aprovação. Alunos com notas entre 2 e 5 terão direito a nova avaliação constituída por exames teóricos e práticos a serem realizados até 2 semanas após o término do curso. Um aspecto muito importante é que como haverá provas durante o desenvolvimento da disciplina, estudantes com dificuldade de aprendizado no decorrer do curso contarão com atividades de apoio e recuperação antes de seu término.
 
Bibliografia
     
1. The Washington Manual of Surgery, 7th edition, Ed. Lippincot. 2016.
2. Sabiston,D.C. Tratado de Cirurgia, 19ª edição, Ed. Elsevier,2014.
3. Essentials of General Surgery , Lawrence,P.F, 5th Edition, Ed. Lippincot. 2013. 
4. Courtney M. Townsend; B. Mark Evers, Atlas de Técnicas Cirúrgicas, Elsevier Science, 2011; 
5. R. M. Kirk, Bases Técnicas da Cirurgia, Elsevier, 2011. 
6. TOLOSA, E.M.C.; PEREIRA, P.R.B.; MARGARIDO, N.F. Metodização Cirúrgica. 1ª. ed., Ed. Atheneu, 2006.
7. MADDEN, J.L. Atlas de Técnicas Cirúrgicas. 2a. ed., S. Paulo, Ed. Roca, 2005.
8. MARGARIDO, N.F.; TOLOSA, E.M.C. Técnica Cirúrgica Prática. 1ª. ed., Ed.Atheneu, 2001.
9. SCHWARTZ, S.I. Principles of Surgery. 7a. ed., USA, Ed. McGraw-Hill Inc., USA, 1998.
10. GOFFI, F.S. Técnica Cirúrgica - Bases Anatômicas, Fisiopatológicas e Técnicas de Cirurgia. São Paulo, Ed. Atheneu, 1996.
 

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