Possibilitar uma introdução ao trajeto teórico da noção de “eu” na obra freudiana, até 1923,de modo que o aluno seja capaz de: 1. reconhecer sua presença desde os primórdios das pesquisas freudianas.2. indicar os contextos teóricos que propiciaram reformulações cruciais no percurso de construção desse conceito.3. justificar as conseqüências da segunda tópica na clínica freudiana.
1. Considerações preliminares: a questão da tradução do termo alemão ich.2. Primeiras elaborações: o eu em sua estreita relação com a consciência , a resistência , a defesa implicada no conflito neurótico e as funções inibidoras impostas pela realidade : o Manuscrito H , a carta de 6/12/1896, “Psicoterapia de Histeria” (1895), “O Projeto de uma Psicologia”(1895).3. A primeira tópica: o sistema pré-consciente como herdeiro do eu neurônico do “Projeto de Psicologia” (1895). O termo “eu” aparece eventualmente, mas sem estatuto conceitual, na rede metapsicológica de “A Interpretação dos Sonhos”(1900).4. O eu como suporte das pulsões de auto-conservação: em “ Três ensaios de teoria sexual” ( 1905), um sistema pulsional do qual se diferenciam, por apoio, as pulsões sexuais.O “eu de prazer” e o “ eu de realidade” : “ Formulações sobre os dois princípios do funcionamento psíquico” (1911).5. A introdução do conceito de narcisismo: narcisismo primário e narcisismo secundário, “ideal do eu” / “eu-ideal”, distinção entre processos de idealização e sublimação, a questão da escolha de objeto, em “Introdução ao Narcisismo”(1914).As três polaridades, na origem do amor e do ódio:eu/mundo exterior, prazer/desprazer, atividade/passividade : “Pulsões e destinos de pulsão”(1915).6. O conceito de “identificação”,que, gradativamente,vai ser considerado o processo essencial da constituição do eu : Luto e melancolia”(1917) e “Psicologia das massas e análise do eu” (1921).7. A segunda tópica : no âmbito de um novo dualismo pulsional, que opõe as pulsões de vida às pulsões de morte, o eu é concebido como uma instância,em sua articulação ao isso e ao super-eu . Como “um precipitado de identificações abandonadas”, a constituição do eu aponta para a função estruturante do Complexo de Édipo : “O eu e o isso”(1923).
Assoun P.L. Metapsicologia freudiana: uma introdução. Rio de Janeiro, Jorge Zahar,1996.Breuer,J. e Freud,S. (1893-95) “ Estudios sobre la histeria” .In: Freud, S. Obras Completas. Buenos Aires, Amorrortu Editores,1990,vol.2.Freud,S. Obras Completas. Buenos Aires, Amorrortu Editores,1990.A seguir, os títulos utilizados, seguidos das datas e volumes correspondentes:________ Tres ensayos de teoria sexual (1905),vol.7.________ Puntualizaciones psicoanalíticas sobre um caso de paranóia (Dementia paranoides)descrito autobiográficamente (1911[1910]),vol.12._______ Pulsiones y destinos de pulsión (1915),vol.14.________ La represión (1915),vol.14.________ Lo inconciente (1915),vol.14.________ De la historia de uma neurosis infantil(1918[1914])________Más allá del principio de placer(1920),vol.18.________Psicología de las masas y análisis del yo (1921), vol.18.Garcia-Roza,L.A. Introdução à metapsicologia freudiana 1. Rio de Janeiro, Jorge Zahar 1991.___________Introdução à metapsicologia freudiana 3.Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1995.Hanns,L. Dicionário comentado do alemão de Freud .Rio de Janeiro, Imago, 1999.Laplanche,J. e Pontalis,J.P. Vocabulário de psicanálise Santos, Martins Fontes, 2000..Masson,J.M. (ed.)A correspondência completa de Sigmund Freud para Wilhelm Fliess- 1887-1904.Rio de Janeiro, Imago, 1986. Mezan,R. Freud: a trama dos conceitos. São Paulo. Editora Perspectiva,1989.Monzani,L.R. Freud- o movimento de um pensamento.Campinas, Unicamp,1989.Roudinesco,E. e Plon,M. Dicionário de Psicanálise.Rio de Janeiro, Jorge Zahar,1998...Souza,P.C. As palavras de Freud.São Paulo, Ática, 1999.