Levar o aluno a um conhecimento histórico-crítico das concepções psicológicas sobre o sofrimento humano, por meio de uma apresentação genealógica das práticas de si mesmo, como apresentado por Michel Foulcaut, a fim de problematizar e referenciar os modelos clínicos utilizados no campo da Psicologia Clínica na atualidade
A disciplina visa apresentar a história da psicologia clínica de modo histórico crítico. Para isso utiliza-se como eixo articulador o conceito de Michel Foulcaut de práticas de si, ou tecnologia do eu para explicitar os diferentes modelos antropológicos e procedimentos de transformação de si, desde a antiga Grécia, passando pelas principais religiões da humanidade, literatura, buscando realizar explicitação das raízes genealógicas das matrizes clínicas utilizadas na atualidade. O uso do eixo histórico como perspectiva didática possibilita que o aluno reconheça o contexto sócio cultural que originou as diferentes matrizes clínicas que utilizamos em nossa prática.
Conteúdo programático: 1. O sofrimento humano ao longo da história - As práticas de si mesmo na Grécia: o helenismo e o platonismo. 2. O sofrimento humano nas práticas de si nas religiões tradicionais: - o sofrimento, cura e práticas de si no Judaísmo. - o sofrimento, cura e práticas de si no Cristianismo. - o sofrimento, cura e práticas de si no Islamismo. - o sofrimento e cura e práticas de si no Budismo. 3. Perspectiva literária: - sofrimento, cura e práticas de si em Dostoievsky. - sofrimento, cura e práticas de si em Guimarães Rosa. - sofrimento, cura e práticas de si em Clarice Lispector. 4. Perspectiva filosófica e psicológica 5. O Nascimento da clínica. 6. O projeto científico: modelo mecanicista; modelo funcionalista 7. O projeto científico: modelo estruturalista; modelo fenomenológico. 8. Genealogia dos modelos clínicos: escolas de psicoterapia 9. Áreas de atuação do psicólogo clínico: psicodiagnóstico; psicoterapias; hospitalar; reabilitação; excepcional.
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