Ao final da disciplina, os alunos deverão ser capazes, dentro do escopo das teorias, métodos e dados da psicologia comparativa e etologia, a: " incorporar a dimensão filogenética na análise do comportamento, incluindo o comportamento humano; " analisar o comportamento em termos dos conceitos básicos da psicologia comparativa e etologia, tais como instinto, adaptação do comportamento, custo vs. benefício, seleção natural, seleção sexual, períodos críticos, predisposições à aprendizagem, conflito e ritualização. " formular problemas para investigação empírica em função deste referencial teórico; " observar comportamento e elaborar interferências experimentais consistentes; "analisar e interpretar resultados
Apresentar os fundamentos da abordagem etológica. Dos clássicos (Lorenz, Tinbergen, von Frisch) às novas sínteses (Crawford, Hinde). Discussão das dicotomias: inato x aprendido, mente x corpo, natureza x cultura. Os conceitos de adaptação, função e evolução. Conceito de ambiente natural. Reflexões sobre o ambiente natural humano. Filogênese do comportamento humano. Ontogênese do comportamento. Estampagem e apego. Conflito e Ritualização. Observação, descrição e classificação do comportamento. Análise de características psicológicas humanas, no contexto da filogênese dos primatas, quanto a: linguagem, consciência e inteligência; sexualidade; fase infantil e estratégias de desenvolvimento.
Parte Teórica: 1 – A abordagem etológica 2 – Teoria do Apego 3 - Causa e função: o adaptativo e o patológico 4 - Os tipos de apego, conflito e ansiedade 5 – Comportamento lúdico: evolução e desenvolvimento 6 - Observação, descrição e classificação do comportamento 7 - Mecanismos Liberadores e Estímulos Sinal no Homem e nos Animais 8 - Conflito e Ritualização 9 – Inato e Adquirido: equipotencialidade versus aprendizagem preparada 10 – Natureza e Cultura 11 - Atenção conjunta e aprendizagem cultural Parte prática: o aluno fará um trabalho supervisionado em pequenos grupos, no qual deverá analisar comparativamente padrões típicos de comportamento do ponto de vista de causa, função, ontogênese e filogênese. Deverá realizar uma pesquisa empírica sobre o tema escolhido. Os grupos deverão realizar reuniões semanais, fazer relatórios e apresentar o trabalho à classe.
Bibliografia Básica: BOWLBY, J. (1984). Apego. Separação. São Paulo: Martins Fontes. Souza, L. de, Freitas, M. de F. Q. de & Rodrigues, M. M. P. (1998). Psicologia: Reflexões (im)pertinentes. São Paulo: Casa do Psicólogo. CARVALHO, A. M. A. et colab. (Eds.) (2003). Brincadeira e Cultura: Viajando pelo Brasil que Brinca. São Paulo: Casa do Psicólogo. GARCIA, A., R. S. Tokumaru & E. B. Borloti (2005). Etologia: Uma Perspectiva Histórica e Tendências Contemporâneas. Vitória: Multiplicidade. OTTA, E. (1994). O Sorriso e seus Significados. Petrópolis. Vozes. TOMASELLO, M. (2003). Origens Culturais e Aquisição do Conhecimento. Martins Fontes: SP. YAMAMOTO, M. E., OTTA, E. (2009). Psicologia Evolucionista. Guanabara-Koogan, RJ. Bibliografia complementar: BUSSAB, V.S.R. (2002). Nas malhas do apego: natureza, cultura e desenvolvimento humano. Em SAS Leite (org), Cultura, cognição e afetividade. Casa do Psicólogo. Pp – 11-25. CRAWFORD, C. & KREBS, D. L. (1998). Handbook of Evolutionary Psychology: ideas, issues and applications. Londres: Lawrence Erlbaum. DAMÁSIO, A. R. (1994). O Erro de Descartes. SP: Companhia das Letras. EIBL-EIBESFELDT, I. (1989). Human Ethology. Nova York: Aldine de Gruyter. GOODALL, J. (1991). Uma Janela para a Vida: 30 anos com os Chipanzés da Tanzânia. Rio de Janeiro: Zahar. HINDE, R. A. (1987). Individuals , relationships and culture – links Between Ethology and the Social Sciences. Cambridge: Cambridge University Press. HRDY, SB. (1999/2001). Mãe Natureza – uma visão feminina da evolução: maternidade e seleção natural. Rio de Janeiro: Editora Campos. LIVINGSTONE Smith, David (2006). Por Que Mentimos – Os Fundamentos Biológicos e Psicológicos da Mentira. Rio de Janeiro: Ed. Campus. PINKER, S. 1994. O Instinto da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes. PINKER, S. 2004. Tabula Rasa. São Paulo: Companhia das Letras. PONTES, FAR, IZAR, P. (2005) O estudo das relações sociais sob a perspectiva etológica. In: Temas Pertinentes na Construção da psicologia contemporânea. Belém: Editora Universitária UFPA, p. 65-71. RIDLEY, M. (1996/trad. 2000). As Origens da Virtude: Um Estudo Biológico da Solidariedade. Rio de Janeiro: Record. RIDLEY, M. (2004). O Que nos Faz Humanos (R. Vinagre, trad.). Rio de Janeiro: Record, p. 399. SAPOLSKY, R. M. (2008). Por Que as Zebras não Têm Úlceras. Ed. Francis. SCHMITT, A., ATZWANGER, K., GRAMMER, K. &SCHÄFER, K. (1997). New Aspects of Human Ethology. Londres: Plenum Press. SOUZA, L., M. de F. Q. de Freitas (1998). Psicologia: Reflexões (im)pertinentes. São Paulo: Casa do Psicólogo.