Proporcionar a compreensão: 1) do enraizamento sociocultural das concepções histórico-filosóficas que estão na base de teorias e sistemas psicológicos contemporâneos; 2) da relação entre o processo de construção das teorias e sistemas psicológicos e as experiências socioculturais de seus proponentes; 3) do papel da colonização moderna na constituição do território da psicologia e sua ocupação.
1) Fundamentos histórico-filosóficos de concepções teórico-metodológicas presentes na diversidade das teorias e sistemas psicológicos. 2) O papel da colonização europeia na constituição das ciências modernas e da psicologia como ciência e profissão. 3) A centralidade da experiência na construção sociocultural das teorias e sistemas psicológicos. 4) Os sentidos das preocupações nomotéticas e o idiográficas em psicologia. 5) A dimensão ética nos discursos e práticas psicológicas.
A disciplina focaliza avanços da área de História e Filosofia da Psicologia na reflexão sobre a relação entre experiência social e culturalmente situada e conhecimento construído. Em especial, quanto à reflexividade epistemológica, ontológica e ética no âmbito do Construtivismo Semiótico-Cultural em Psicologia (CSC). O debate visa a construção de um posicionamento metateórico quanto à relação entre a colonização moderna europeia, a emergência do espaço psicológico e de suas formas de sua ocupação. Discutiremos as implicações teóricas e metodológicas da colonização na construção da psicologia como área de conhecimento que reúne diversas teorias e sistemas compreensivo-explicativos de experiências focalizadas. Serão propostas reflexões e debates sobre os seguintes tópicos: 1) O enraizamento histórico-filosófico dos saberes psicológicos a partir de suas raízes greco romanas; O impacto da tradição judaica e do cristianismo no surgimento da psicologia; As experiências socioculturais na modernidade, a colonização moderna e a invenção do psicológico; 2) A diversificação sociocultural das experiências psicológicas contemporâneas; Alteridade e temporalidade na compreensão da experiência psicológica. 3) A construção de conhecimento como ação simbólica; A tensão dialógica entre psicologias locais e a busca por generalização do conhecimento psicológico. 4) As canalizações culturais da experiência num campo de indeterminações restringidas; a estabilização do fluxo da experiência em elaborações temporárias de sentidos e significados. 5) A construção de conhecimento como processo interpessoal; coordenação instrumental e reflexividade ética na experiência psicológica. 6) A parte prática será realizada por meio de estudo de caso que inclui a seleção de uma experiência psicológica, investigação da relação entre a experiência selecionada, a elaboração teórico metodológica que recorta e aprofunda aspectos da experiência e o enraizamento histórico-filosófico dessas elaborações; discutir como campo social e cultural historicamente marcado pelas formas de reconhecimento, inclusão, exclusão e desconhecimento de si e do outro baliza a elaboração do conhecimento psicológico.
Bonfim. M. (1917). Noções de psychologia. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves. Figueiredo, L. C. (2007) A invenção do psicológico: quatro séculos de subjetivação 1500-1900. São Paulo: Escuta. 184p. Grosfoguel, R. (2016) A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, 31(1):25-49. Massimi, M. (2016). História dos Saberes Psicológicos. São Paulo: Paulus. 367p. Simão, L. M. (2010). Ensaios Dialógicos: do compartilhamento à diferença na relação eu-outro. São Paulo: HUCITEC. 286p. Valsiner, J. (2012). A guided Science: history of psychology in the mirror of its making. New Brunswick, New Jersey: Transaction publishers. 332p.