Refletir sobre o desenvolvimento da psicologia social na América Latina pelo olhar de perspectivas críticas. Dentre essas perspectivas, pretende-se focalizar a tradição da Psicologia da Libertação no pensamento de Ignácio Martín-Baró, debatendo conceitos como: ideologia, conscientização e fatalismo. Tem-se também a intenção de articular esses conceitos com questões e desafios prescritos na realidade brasileira e latino-americana.
Breve histórico da psicologia social moderna a partir dos três modelos teórico-metodológicos apontados por Martín-Baró. Serão debatidos os princípios ético-políticos da psicologia da libertação e os principais conceitos trabalhados nessa perspectiva, como: conscientização, fatalismo e ideologia. Articulação dos conceitos e princípios para uma leitura psicossocial de temas transversais ligados à sociedade e aos direitos humanos.
1. História da psicologia social latino-americana: uma breve reflexão - O debate filosófico, teórico e político para emergência do modelo conflitivo da psicologia social na América Latina. - Princípios ético-políticos da psicologia social latino-americana e da psicologia da libertação. 2. Psicologia da libertação: - Histórico: da teologia à psicologia da libertação - Martín-Baró e seu legado para a psicologia: da crítica ao modelo norte-americano à psicologia da libertação 3. Estudos, pesquisas e intervenção. - Diálogos com a psicologia comunitária. - Psicologia, políticas públicas e Direitos Humanos: ontem e hoje. - Psicologia e Opinião pública: estudos de Martín-Baró. 4. Conscientização, ideologia e fatalismo. - O debate sobre a conscientização: entre Paulo Freire e Martín-Baró. - Noção de alienação, ideologia e fatalismo. - Processos de conscientização e resistência na América Latina.
FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 9. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001. MARTÍN-BARÓ, I. Aspiraciones del pequeño burgués salvadorenho. Revista de Estudios Centro americanos, v. 37, n. 35, p. 773-788, 1981. MARTÍN-BARÓ. I. O que estuda a Psicologia Social? Martín-Baró. Em Acción y ideologia. Psicologia Social desde Centroamérica. (Trad. Vecchia, D. M; Netto, N. B.), 1985. MARTÍN-BARÓ, I. Trabajador alegre o trabajador explotado? La identidade nacional del salvadoreño. Revista Interamericana de Psicologia, v. 24, n. 1, p. 1-24, 1990. MARTÍN-BARÓ, I. O Papel do Psicólogo. Estudos de Psicologia, Natal, v. 2, n. 1, p. 7-27, 1997. MARTÍN-BARÓ, I. El fatalismo como identidad cognitiva. In: BLANCO, A.(Org.). Psicología de la liberación. Madri: Trota, 1998. p.39-130. MARTÍN-BARÓ, I. Acción y ideología. 10a. ed. San Salvador: UCA, 2000. PETRAS, J. America Latina: cuatro bloques del poder. Lutas Sociais, n.17, p. 72-82, 2007.