Desenvolver a compreensão da arquitetura da paisagem e sua associação com o meio ambiente, com ênfase na relação entre o meio físico e a ocupação humana, com especial ênfase em relação ao mitigar dos conflitos gerados pelo processo de urbanização, A disciplina investiga a relação que se estabelece entre processos naturais, sociais e culturais na configuração da paisagem em suas diferentes escalas. Elabora planos e projetos de sistemas de espaços livres com abordagem de questões ambientais, de preservação, e encontro, a partir da criação uma rede verde e azul que possa articular soluções de interesse ambiental e social. A atividade extensionista nesta disciplina ocorre através da intensa pesquisa relacionada à população que habita uma bacia hidrográfica ligada a um córrego da cidade, ancorando sua abordagem no conflito com as águas: enchentes e alagamentos. O sistema de espaços livres neste momento contempla bairros e constrói cenários de ocupações alternativas que potencialmente inspiram e põe em debate a sociedade civil organizada e população em geral, os gestores e agentes produtores da forma urbana.
A arquitetura da paisagem como construção cultural, em que os componentes do território – relevo, vegetação, corpos hídricos, entre outros – relacionam-se com a ação e percepção humanas. Cartografia sensível e técnica da paisagem urbana, a partir de parcela de seu território, baseada em metodologia que congrega diversas formas de percepção, representação e interpretação na conceituação do trabalho e no processamento dos dados urbanísticos, ambientais e fenomênicos. Elaboração de plano de sistema de espaços livres públicos urbanos e desenvolvimento de projeto(s) de uma ou mais de suas unidades sistêmicas, integrados à trama urbana e morfologia do sítio. O Desenho Universal é tratado nas áreas abordadas pela disciplina.
Arquitetura da paisagem: conceitos e métodos de interpretação, avaliação e projeto da paisagem urbana. Paisagem e ambiente. A fisionomia da paisagem: hidrografia, relevo e fitogeografia. Ocupação humana, desenvolvimento e meio físico. Condicionantes e potenciais: suporte biofísico; estruturação e usos urbanos; valores simbólicos e apropriação cotidiana; fixos, fluxos e rugosidades. Bacia hidrográfica, redes de infraestrutura e sistema de espaços livres. Áreas de lazer, de preservação permanente, conservação de recursos naturais, de proteção de mananciais e planos de manejo ambiental e paisagístico. Paisagem, arte e cultura: percepções e representações da cidade. As atividades sociais e o processo de apropriação do território. As camadas temporais. Valores históricos, culturais e ambientais. A transformação contemporânea da paisagem urbana e/ou metropolitana. Paisagens híbridas e zonas limítrofes. Centro e periferia. As tensões espaciais presentes na cidade contemporânea e suas possíveis interpretações. O sistema de espaços livres como elemento estruturador da cidade: sistema de espaços públicos e sistema ambiental. Articulação e escalas de abrangência. Cartografia urbanístico-ambiental. Mapeamento da área-objeto (sub-bacia hidrográfica, setor urbano): planos diretores e cartas físico-geográficas; levantamento de campo, com produção iconográfica e análise urbanística, morfológica, paisagística, ambiental e sensível do território. Discussão e processamento dos dados objetivos e fenomênicos. Elaboração de sínteses cartográficas dos dados objetivos e valores percebido. Pesquisa e reflexão crítica sobre referências teóricas e projetuais, contemplando aspectos técnicos e estéticos. Espaços livres públicos contemporâneos: parques, áreas de preservação permanente, fundos de vale, áreas desfuncionalizadas e zonas limítrofes. O parque e os espaços livres urbanos: aspectos culturais e funcionais. Evolução do século XIX ao XXI. O parque no Brasil: formas e padrões de uso. Conceituação e projeto de sistema de espaços livres públicos urbanos, articulando, conservação e recuperação da biodiversidade, clima e conforto urbanos, as águas urbanas, lazer, mobilidade, infraestrutura e equipamentos públicos, com desenvolvimento de uma das unidades propostas. Parâmetros para interpretação, avaliação e desenho da arquitetura da paisagem. Estruturação morfológica e funcional, plano de massas e projeto Definição de percursos, estares, usos, eventos, vegetação, relevo, corpos hídricos, drenagem. Seminário sobre o projeto final. O Desenho Universal é tratado nas áreas abordadas pela disciplina. Visita de campo para reconhecimento do contexto real da área ou do tema abordado na disciplina.
Básica: BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014. CARERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática estética. Prefácios de Paola Berenstein Jacques e Gilles Tiberghien. São Paulo: GG, 2013. HOUGH, Michael. Naturaleza y ciudad: planificación urbana y procesos ecológicos. Barcelona: GG, 1998. MC HARG, Ian. Design with Nature. New York: Natural History Press, 1969. SPIRN, Anne W. O jardim de granito: a natureza no desenho da cidade. São Paulo: Edusp, 1995. Complementar: ÁBALOS, Iñaki (Org.). Naturaleza y artificio: el ideal pintoresco en la arquitectura y el paisajismo contemporáneos. Barcelona: GG, 2009. AB’SÁBER, Aziz. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê, 2003. CHACEL, Fernando. Paisagismo e ecogênese. Rio de Janeiro: Fraiha, 2004. DAL CO, Francesco et alii. De los Parques a la región. Ideologia progressista y reforma de la ciudad americana. In: Ciudad Americana: de la guerra civil ao New Deal. Barcelona: GG, 1975. GORSKI, Maria Cecília B. Rios e cidades: ruptura e reconciliação. São Paulo: Senac, 2010. HUNT, John Dixon. Gardens and the picturesque: studies in the History of Landscape Architecture. Cambridge: MIT Press, 1992. HUNT, John Dixon; WILLIS, Peter (Ed.). The Genius of the place: the English landscape garden 1620-1820. Cambridge / London: MIT Press, 1988. LENOBLE, Robert. História da ideia de natureza. Lisboa: Edições 70, 1990. LYLE, John T. Design for human ecosystems: landscape, land-use and natural resources. New York: Van Nostrand Reinhold, 1985. PALLAMIN, Vera. Arte, cultura e cidade: aspectos estéticos-políticos contemporâneos. São Paulo: Annablume, 2015. PALLAMIN, Vera (Org.). Cidade e cultura: esfera pública e transformação urbana. São Paulo: Estação Liberdade, 2002. RYKWERT, Joseph. A sedução do lugar: a história e o futuro da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2004. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2002. SCHAMA, Simon. Paisagem e memória. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. SOLÀ-MORALES, Ignasi de. Territorios. Barcelona: GG, 2002. TOPOS: European landscape magazine. München, 2001-. WENDERS, Wim. A paisagem urbana. Trad. Mauricio Santana Dias. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro: IPHAN, n. 23, p. 181- 189, 1994.